Portugal, assim como a maioria dos países do bloco europeu, sofreu gravemente com a crise financeira de 2008, teve que recorrer a empréstimos de fundos mundiais, mas para realizar esses empréstimos teve que prometer, em contrapartida, aplicar medidas de austeridade fiscal à sua política econômica, isso significou cortes no serviço público, congelamento em investimentos nas áreas de saúde, corte de benefícios sociais, como redução no período de concessão do seguro desemprego e serviços de saúde pública.
Durante o período de 2010 à 2014, o governo de então, cumpriu à risca essas medidas, porém diferente do que prega a cartilha dos economistas, a dívida externa portuguesa, ao contrário do que era esperado não diminui, mas ao contrário, mostrou tendências para o aumento ou manter-se no mesmo patamar dos anos de crise. Algo não estava certo no fórmula do economês tradicional e conservador, os grandes fundos (FMI entre outros) que autorizam o resgate de países em grandes dificuldades económicas, começam a rever que está acontecendo na aplicação de suas regras para recuperação da economia local.
Algo que já era notado há muito tempo antes da crise mundial de 2008, quando o FMI fazia empréstimos para outras economias emergentes que necessitavam de ajuda, as práticas usadas para obter uma maior liquidez fiscal dos países endividados não agradava ao que mais sentiram os cortes governamentais: a população.
Sempre que uma nação pede socorro económico ao FMI, uma onda de protestos e indignação varrem o território auxiliado, pois já se sabe de antemão quais serão as áreas mais afetadas pelas políticas de austeridade impostas pelo fundo monetário internacional. O caso de Portugal não foi diferente, mas foi aqui que algo chamou a atenção de economistas mais atentos. Como resultado esperado pela adoção de tais políticas não houve uma solvência maior dos déficits públicos do governo português, ao contrário, devido ao grande estrangulamento da economia, os índices econômicos pioraram nos anos seguintes.
O que se observou entre os especialistas foi que ao realizar os cortes necessários, também se estrangulou o dinamismo econômico da região e principalmente, no nosso mundo globalizado, quando se talha o poder econômico dos consumidores, todo sistema econômico sufoca, pois não há possibilidades para crescimento se não há mercado consumidor. Comprovou-se por A mais B que os antigos mecanismos de austeridade não funcionavam mais, principalmente depois que o governo socialista assumiu em 2014 e fez transformações profundas no quadro interno do governo, a partir daquele ano a economia portuguesa se recuperou em tempo recorde espantando os especialistas conservadores.